Violência e saúde

Violência e Saúde
"A violência afecta a saúde porque ela representa um risco maior para a realização do processo vital humano: ameaça a vida, altera a saúde, produz enfermidade e provoca a morte como realidade ou como possibilidade próxima".

Em tese, academicamente, "a violência consiste em acções de pessoas, grupos, classes ou nações que ocasionam a morte de seres humanos ou que afectam prejudicialmente sua integridade física, moral, mental ou espiritual".

Violência faz mal à saúde
Os impactos da violência na saúde vêm sendo denunciados com mais frequência e apresentam-se nas formas de depressão, tentativas de suicídio, síndromes de dor crónica, distúrbios psicossomáticos, lesões físicas, distúrbios gastrointestinais e diversas consequências na saúde reprodutiva - tanto a gravidez indesejada como o contágio de infecções causadas por doenças sexualmente transmissíveis -, assim como relações sexuais forçadas, etc, e é apontado pela OMS (Organização Mundial de Saúde, 2002) como um dos factores responsáveis pela mortalidade materna.
Nos países da África a violência contra a mulher tem sido responsável pela crescente epidemia de SIDA entre as mulheres. O Relatório da OMS aponta ainda como resultado físico mais comum da prática constante da violência doméstica e sexual, os chamados distúrbios funcionais, distúrbios que frequentemente não apresentam uma causa médica identificável, tais como síndrome de dor crónica, fobias e ansiedade, o que tornam as mulheres vítimas usuárias frequentes dos serviços de saúde.
Em relação aos aspectos económicos, as mulheres em situação de violência perdem com mais frequência o emprego, têm mais dificuldades em negociar aumentos salariais e promoção na carreira profissional.
São inúmeros os prejuízos causados às crianças que de um modo geral assistem as cenas violentas entre os pais. Podem ser directamente afectadas e sofrem consequências emocionais, como ansiedade, depressão, baixo rendimento escolar, baixa auto-estima, pesadelos, etc.
A OMS (Organização Mundial de Saúde), afirma que "violência - incluindo o estupro, a violência doméstica, a mutilação, o homicídio e o abuso sexual - constitui um sério problema de saúde para a mulher a nível mundial.
Doenças sexualmente transmissíveis, doenças pélvicas inflamatórias, gravidez indesejada, aborto espontâneo, dores de cabeça, doenças gastrointestinais, hipertensão e outras doenças crónicas, além de comportamentos danosos à saúde, como fazer sexo inseguro, abusar de drogas e do álcool, têm uma incidência bastante alta nas pessoas que vivem em situação de violência doméstica. Surgem ainda transtornos psíquicos como depressão, ansiedade e suicídio.